Mosquito Tigre-Asiático. Também transmissor da Dengue e Zika Virus
O ano 2018 registrou um aumento no número de casos de dengue em alguns estados do Nordeste do Brasil, apesar da queda geral nos últimos anos. Acredita-se que nos próximos anos ocorrerá um acréscimo na quantidade de ocorrências em toda a América Latina.
Isso é o que afirmou o professor e médico infectologista Dr. Kleber Luz no IdWeek, evento que reuniu especialistas de todo o mundo em San Francisco (EUA) no início de outubro para discutir doenças infecciosas¹. Dentre as mais debatidas estão a zika, a chikungunya e a dengue.
Ainda de acordo com o Dr. Luz, todo médico latino-americano deve estar preparado para atender um caso de dengue, principalmente em casos de surto. Uma vez que a forma de controle mais utilizada nos últimos anos é a vetorial, crises econômicas podem afetar o avanço da doença em países como os da América Latina.
O diagnóstico rápido para detecção dos casos graves é fundamental, pois pode diminuir a taxa de mortalidade para menos de 1%. O médico deve estar atento a alguns sinais em especial. A Organização Mundial de Saúde (OMS) criou uma classificação² que divide a dengue com ou sem sinais de alarme da dengue grave, sendo eles:
Durante a dengue grave o paciente apresenta:
O aumento da incidência esperado, em especial de casos graves, certamente resultará em um maior número de trabalhadores acometidos e impedidos de trabalhar, com o consequente aumento da demanda por benefícios junto ao INSS e outros órgãos previdenciários.
Assim sendo, a necessidade do adequado conhecimento da doença, incluídas aqui as questões de diagnóstico, tratamento e complicações, fica ainda mais relevante para o perito, uma vez que a ele compete a correlacionar as repercussões do quadro clínico com o trabalho exercido pelo segurado.
O médico perito do sistema previdenciário deverá estar preparado para considerar a relação dos sintomas da dengue com a incapacidade ou não do segurando de trabalhar, e, conhecendo as diversas formas de evolução e complicações possíveis, definir o tempo de afastamento suficiente. Para tal, sempre levando em consideração as particularidades e exigência do trabalho exercido e os fatores pessoais do trabalhador, como idade, condição física, reincidências, e outras condições.
Muitos casos surgirão em que, mesmo não apresentando mais sinais e sintomas do quadro agudo ou manifestações de gravidade, ainda estarão presentes fraqueza e cansaço, apatia e sintomas depressivos, ou dores articulares persistentes, que deverão de ser adequadamente valorados pelo perito, apesar de aparentemente subjetivos.
Para estabelecer a relação da incapacidade com o trabalho é necessário observar o tipo de atividade diária que o segurado desenvolve. Se ele, por exemplo, após 30 dias já não apresenta febre ou outro sintoma de quadro agudo, mas apresenta queixas como as acima, talvez mereça manter-se afastado do trabalho por maior prazo, em especial se exercer atividade braçal ou de grande esforço.
Aedes aegypty – Encontrado nas regiões tropicais da América do Sul
Outra questão importante é o impacto econômico da dengue para o Brasil e para o sistema previdenciário. De janeiro a novembro de 2015, por exemplo, foram concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) 1.185 auxílios-doenças para brasileiros acometidos pela doença. Foi quase o dobro do registrado no ano anterior, de 657 benefícios, segundo dados do Ministério do Trabalho e Previdência³. Isto custou pelo menos R$ 804,8 milhões para os cofres públicos e privados⁴.
Caso queira ler a entrevista do Dr. Kleber Luz acesse este link. Já para obter mais informações a respeito da dengue, seus sintomas e tratamento, consulte a página da Organização Mundial da Saúde.
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